Um novo paradigma na gestão de doenças crônicas
O aumento da expectativa de vida e a prevalência crescente de doenças como diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca e doenças pulmonares crônicas colocaram a gestão de pacientes crônicos no centro das políticas de saúde. Nesse contexto, o telemonitoramento contínuo surge como uma revolução silenciosa — mas profunda — na forma de acompanhar, tratar e prevenir complicações em populações que exigem vigilância constante.
Segundo o médico radiologista Dr. Gustavo Khattar de Godoy — especialista em radiologia torácica e teleradiologia, com doutorado pela UNICAMP e pós-doutorado pelo Johns Hopkins Hospital —, o telemonitoramento representa uma virada na relação entre médico e paciente. Ao permitir o acompanhamento remoto e em tempo real de parâmetros clínicos, essa tecnologia antecipa intervenções e reduz a necessidade de hospitalizações, ao mesmo tempo em que empodera o paciente em sua própria jornada de cuidado.
Como funciona o telemonitoramento contínuo
O telemonitoramento contínuo utiliza dispositivos conectados, como sensores, monitores de pressão arterial, oxímetros, balanças inteligentes e até roupas com sensores embutidos, para captar e enviar dados de saúde do paciente para uma central de controle clínico. Esses dados são analisados automaticamente ou por profissionais de saúde, que podem intervir de forma precoce diante de qualquer alteração fora dos padrões esperados.

Dr. Gustavo Khattar de Godoy destaca que o grande diferencial desse modelo é sua capacidade de prever crises clínicas antes que se manifestem de maneira aguda. Por exemplo, em um paciente com insuficiência cardíaca, pequenas variações no peso ou na frequência cardíaca podem indicar o início de uma descompensação, permitindo ajustes na medicação antes que haja necessidade de internação.
Benefícios para pacientes, médicos e sistemas de saúde
Os ganhos do telemonitoramento contínuo são múltiplos e se estendem a diferentes níveis do sistema de saúde:
- Para o paciente: maior autonomia, sensação de segurança, redução de idas ao pronto-socorro e melhora na adesão ao tratamento.
- Para os profissionais de saúde: monitoramento proativo, decisões baseadas em dados atualizados e possibilidade de personalização do cuidado.
- Para o sistema de saúde: redução de internações evitáveis, controle de custos e melhoria nos indicadores de desfecho clínico.
De acordo com o Dr. Gustavo Khattar de Godoy, com especialização em Radiologia Médica pelo Instituto do Coração da USP e Radiologia Cardiovascular pelo Hospital Johns Hopkins, o modelo de telemonitoramento contínuo se alinha à lógica da medicina preventiva. Ele transforma o cuidado reativo em cuidado antecipatório — e, com isso, redefine o que entendemos por qualidade assistencial.
Desafios para uma implementação eficiente
Apesar dos benefícios evidentes, a adoção em larga escala do telemonitoramento contínuo ainda esbarra em obstáculos técnicos e estruturais. A principal barreira é a infraestrutura digital. Nem todas as unidades de saúde estão preparadas para lidar com grandes volumes de dados ou integrar os dispositivos de monitoramento ao prontuário eletrônico do paciente.
Outro desafio é a formação das equipes clínicas. Profissionais precisam ser capacitados para interpretar dados de forma contextualizada, distinguir sinais de alerta reais de falsos positivos e estabelecer protocolos claros de resposta. Segundo o Dr. Gustavo Khattar de Godoy, esse preparo técnico e clínico é indispensável para evitar alarmes desnecessários e manter a confiança do paciente no sistema.
O papel da teleradiologia e da análise de dados
Embora o telemonitoramento esteja mais associado à atenção primária e ao acompanhamento ambulatorial, ele também dialoga com outras áreas da saúde digital, como a teleradiologia. Imagens de tórax, tomografias e ressonâncias podem complementar dados coletados remotamente, oferecendo uma visão mais ampla do estado clínico do paciente.
Com sua experiência em ambientes digitais integrados, o Dr. Gustavo Khattar de Godoy ressalta que a combinação entre dados estruturados, imagem médica e histórico clínico cria um ecossistema poderoso de cuidado personalizado. A inteligência artificial e os algoritmos de suporte à decisão já estão sendo utilizados para identificar padrões e sugerir condutas com base no cruzamento dessas informações.
Conclusão: do cuidado episódico ao cuidado contínuo
O telemonitoramento contínuo é mais do que uma inovação tecnológica — é uma mudança de paradigma. Ele rompe com o modelo tradicional de consultas esporádicas e coloca o paciente no centro de um sistema conectado, inteligente e responsivo. Essa revolução silenciosa pode, em breve, se tornar o novo padrão para o cuidado crônico no Brasil e no mundo.
Com formação internacional e atuação em serviços médicos de alta complexidade, o Dr. Gustavo Khattar de Godoy representa uma visão contemporânea da medicina, que une excelência técnica, ética e inovação. O telemonitoramento contínuo, quando implementado com responsabilidade, é a ponte entre o presente e o futuro de uma saúde mais eficiente, previsível e humana.
Autor: Lissome Pantor